Desde que Justin Bieber surgiu para a ribalta do mundo da música que a Internet tem sido o veículo de outros fenómenos “musicais” que rapidamente se tornam conhecidos, por factores positivos ou não. O último caso é a jovem Rebeca Black e o seu absurdo single “Friday”. Produzido pela editora Ark Music Factory, “Friday” é hoje a música com mais dislikes de sempre no Youtube contando com 2,2 milhões de clicks e 112 milhões de visualizações e um rol interminável de comentários não muito afáveis para a jovem de 13 anos.
Mais do que criticar a qualidade das suas músicas (mau) ou os vídeos (hilariante), o importante nesta história é que praticamente toda a gente já viu o vídeo ou já ouvir falar na música portanto o investimento que os paizinhos fizeram (cerca de 4.000$) está a ter resultados estrondosos. Boa ou má publicidade, é sempre publicidade. Este é um pormenor interessante nos dias que correm.
Com a Internet, a qualidade musical tornou-se uma característica não fundamental para atingir o sucesso. Mais importante que escrever uma boa letra, compor uma melodia, é saber como alcançar a maioria do público, ou seja, uma estratégia de marketing vende mais que a qualidade musical. Bandas como os Muse, Jay-Z, Kanye West não têm o mesmo número de visualizações que este pequena que gosta das sextas-feiras. Ela é o exemplo prático de que a sorte já não se encontra, faz-se em casa com um computador equipado com auto-tunes.
Se por um lado, a Internet ajuda a descobrir novos talentos (Arctic Monkeys, Kate Nash), por outro lado, polui a cena musical com pessoas que nada têm a haver com música. Na minha perspectiva, Rebeca Black é o exemplo daquilo que vai acontecer nos próximos anos: maus artistas com más músicas a alcançarem o topo do sucesso temporário. Deixam de ser one-hit-wonders para ser tornarem em símbolos que têm os quinze minutos
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