A minha crítica de "East River" dos Long Way to Alaska (vejam mais aqui)
"Braga não é no fim do mundo. Mas o Alaska sim. Então porquê chamarem-se “Long Way to Alaska?” Suponho que os quatro rapazes que integram a banda queiram um dia ir passear às terras da Governadora Sarah Palin, se bem que encaixavam melhor no Texas, onde acontece todos os anos o festival South By Southwest.
Sim, este é o primeiro elogio aos Long Way to Alaska.
A banda portuguesa oriunda de Braga, composta por Gil, Gonçalo, Lucas e Nuno, têm qualidade suficiente para irem ao Texas mostrar que por este Portugal cinzento, ainda existem almas capazes de dar alguma cor à situação.
Juntos desde 2009, estes rapazes encontraram o balanço certo de como fundir a pop, o folk e o acústico em melodias repletas de sons espaciais e intimistas. Também é certo que se notam influências de The Dodos, Bon Iver, Beirut, mas não são essas influências que definem o som dos Long Way To Alaska. A mistura de sons pessoais dá-lhes a personalização necessária para se destacaram no panorama musical português, juntando a isso uma calma sonora e ponderada que faz com que este “Eastriver” seja um dos mais belos álbuns portugueses do ano passado.
Não é por acaso que “United Colours Of Patapon” roda substancialmente nas rádios portuguesas. Uma excelente canção que nos agarra nos primeiros 15seg, nos mantem presos durante 3 minutos e quando nos larga de vez, deixa “Up, Down they run, down the road” marcado no nosso cérebro. Acreditem que vão repetir este verso várias vezes.
Já “Bad Bears”, mais ligado ao folk, mostra um lado intimista, menos expansivo, que reflecte o caminho que os Long Way To Alaska percorrem ao deambular pela mistura de sons com uma estética musical pouco usual por terras lusas.
Este “Eastriver” é um pedaço musical que merecia mais carinho pelo público português. Não se trata de uma banda com refrões orelhudos para novelas nem com idade suficiente para chamar público para um palco de um Alive, mas é de certeza uma banda que tem qualidade suficiente para chegar ao sucesso lá fora porque, sejamos sinceros, o nosso público ainda não tem cultura musical suficiente para dar o merecido valor aos Long Way to Alaska.
Não sei se vão chegar ao Alaska, mas vão chegar a sítios. Disso eu tenho a certeza."
Esta crítica foi publicada no site Imagem do Som.
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