quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os The National @ Campo Pequeno

Já não é mera curiosidade que os The National venham a Portugal quase todos os anos, desde 2007. A verdade é que são uma das bandas alternativas com maior destaque em terras lusas como se viu no concerto de Terça-Feira no Campo Pequeno.

Para mim, esta foi a terceira vez que os vi ao vivo (mas a quarta que os ouvi a tocar graças à Antena 3 quando foram ao Sudoeste em 2007) e não me farto nem importo de pagar porque saio completamente satisfeito. Também são a minha banda favorita, o que pode influenciar um pouco este texto...

Anyway, o concerto foi mais atractivo que o da Aula Magna mas ao nível do que deram o ano passado no SBSR. E porquê? Porque os The National transformam a sua música quando tocam ao vivo, pondo de lado o seu cariz mais intimista e calmo, dando-lhes arranjos épicos, como se viu em "Bloodbuzz Ohio" ou "Conversation 16" ou na sempre deliciosa "About Today", um das músicas que mais aprecio de todo o historial desta banda. Sem comprometeram a beleza deprimente que está presente nas letras de Matt Berninger, os The National funcionam como uma equipa de futebol bem oleada: um trio de ataque composto pelos irmãos Dessner e Berninger, seguidos por um meio campo onde Scott Devendorf dá as cartas e na defesa/com tendência para ataque está Bryan Devendorf, talvez um dos bateristas mais inovadores da música rock dos dias de hoje. O que se vê e ouve em palco, é uma banda que sabe bem como dar expressão à sua música, sem se preocupar com clichés.

Foi um concerto com 2h de duração onde se viveram muitos momentos de "High Violet" e "Boxer", dando pouco espaço a "Sad Songs For Dirty Lovers". O Campo Pequeno estava repleto de pessoas, calor, cerveja e muito rock alternativo em doses cirúrgicas.
Não acreditava se não me contassem que estavam pessoas a chorar no fim do concerto. Ou que berraram furiosamente ao som de "Mr. November". Ou que, de olhos fechados, entoavam cada palavra de "Sorrow" como se vivessem a música (eu era um destes). Ou que em "Fake Empire", o público cantava numa só voz "We're half awake in a fake empire" quase em antecipação para 5 de Junho.

Foi um excelente concerto de uma banda querida dos portugueses.
Acredito que os The National são, nos dias de hoje, os reis do novo rock.
Pusemos de parte os Interpol e achamos os The Strokes uma banda porreira. Mas os The National, esses sim, são aqueles que temos em consideração.

Deprimente? Talvez.
Emblemático? Provavelmente.
Catártico? Sem dúvida.

A setlist do concerto foi a seguinte:

"Start a War"
"Anyone's Ghost"
"Secret Meeting"
"Bloodbuzz Ohio"
"Slow Show"
"Squalor Victoria"
"Afraid of Everyone"
"Little Faith"
"Abel"
"All The Wine"
"Sorrow"
"Apartment Story"
"Conversation 16"
"Lucky You"
"England"
"Fake Empire"

Encore 1

"Friend of Mine"
"Mr. November"
"Terrible Love"

Encore 2

"About Today"
"Vanderlyle Crybaby Geeks" (unplugged)

Como momento da noite, fica a fantástica versão de "Vanderlyle Crybaby Geeks" em formato acústico com um coro brilhante:

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